Sangue e Sémen



Quando o frio dos olhos dela, se incendiou no lume dos dele. Quando o azul gelo dos lábios dele, tocaram os lábios vermelhos fogo, dela. Quando a pele fria. Quando a pele morna.

Conduziram-se, um ao outro, entre abraços e beijos. - Quem tinha tomado essa decisão? Não importava! - Enlevados em espirais deixaram-se arrastar um em torno do outro, em movimentos concêntricos que partiam de um mesmo desejo.

Mãos peregrinas numa caminhada, uma mesma demanda num corpo oposto. Ela tocava-o, ele tocava-a. Ela procurava Amor. Ele procurava Vida. Ambos procuravam no outro a fonte para saciar a sede que possuíam.

Ela esperava encontrá-la na origem da vida. Ele, na própria existência, na força vital que lhe percorria o corpo.

Despidos e despojados.

Ela procurava a semente, ele procurava o vaso. Ela encontrou-a. Ele encontrou-o. Ambos unidos num êxtase.

Ela encontrava o Amor enquanto perdia a vida. Ele adquiria vida enquanto dispensava Amor.

Unidos no Amor, de ambos fluíra Vida: Sangue e Sémen.

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