Conversas suspensas no muro

Conversas suspensas no muro.

Diálogos, numa conversa inacabada.

Tantas coisas ditas nas entrelinhas do silêncio...

Palavras atiradas de um lado para o outro,
Saltando ao eixo sob aquela muralha
E, ainda que sendo de pedra e cimento, menos  intransponível do que a outra que se ergue,
Invisível,
Construída, destruída, reconstruída,
A cada palavra, a cada gesto, a cada olhar, a cada silêncio.

Avanços e recuos de conquista;
Tomadas de assalto e retiradas estratégicas.

Jogar às escondidas entre as ameias,
Mostrando e ocultando.

Balançando nas incertezas,
Suspensas no muro.





"Estou destinado a sucumbir ao desesperante quotidiano a que todos se vergam: comer, trabalhar, dormir"
Robert Wilson, in  O Cego de Sevilha