Com os dedos traçava-lhe linhas imaginárias na pele macia, unindo os seus inúmeros sinais, desenhando constelações infinitas.
Perdia-se naquele planetário, como um astrónomo embevecido na contemplação dos astros.
Descobria corpos celestes naquele corpo em repouso.
Perdia-se em viagens voluptuosas, atraído pela força do seu campo magnético, gravitando na sua órbita em movimentos perpétuos, inebriado pela inefabilidade das sensações despertas em si.
Em cada constelação traçada, procurava os desígnios que o Destino lhes reservava. Procurava-os naquele imenso mapa astral onde dois signos se uniam. Procurava o ponto vernal e o sentido das coisas. Procurava sinais naqueles sinais.
Fazia deslizar os dedos ao abandono cálido das linhas curvas, orientando-se em coordenadas de latitude e longitude espacio-corporal, seguidos atentamente por um olhar minucioso, ávido e nunca saciado. Como se procurasse memorizar cada pista, cada trilho, captando cada imagem numa fotografia mental, gravando-a fundo na retina. Olhava intensamente, como se fosse a última vez que o fazia. Como se cada momento fosse o último e quisesse guardá-lo para sempre, imortalizando-o.
Cosmonauta numa viagem de retornos eternos a um ponto, sinal de partida para uma nova descoberta.
Impelido pela força dos sentidos e dos sentimentos, perscrutava os recantos infinitos daquele Universo desconhecido, sabendo que nunca o chegaria a conhecer na sua totalidade.
:)
ResponderEliminarO amor é lindo e puxa pela inspiração e criatividade. Cada vez percebo mais os criadores que saltam de amor em amor, procurando sempre manter-se em estado de enamoramento e paixão...
ResponderEliminarO meu desinteresse pela astrologia está na relação inversamente oposta ao interesse com que li este texto.
ResponderEliminarNão percebo nada de estrelas, planetas e vias lácteas... Mas li-o e fiquei com a cabeça nas nuvens, qual croma do espaço e até já sei o que é o ponto vernal...
:*
Ah! Quero mais... :)
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