Atravessa a estrada.
Vem para este lado da barricada.
Fazem-se apostas,
Nas facções opostas.
Protege-se o flanco,
Costas com costas,
Que nesta batalha está tudo em branco.
Tudo vale nada,
Mas um pequeno nada é tudo o que resta,
É tudo aquilo que vale a pena.
Vem! Junta-te a mim!
Luta com frenesim
Aqui, lado a lado, na fileira cerrada,
Neste lado da estrada,
Atrás da barricada.
E depois?...
Depois, podem vir com canhões,
Foguetes e morteiros,
Metralha de tiros certeiros,
Bombas lançadas de aviões.
Venham, com o que tiverem,
Dêem o melhor que puderem!
Avance a baioneta afiada,
Lance-se pelo ar a granada,
Que nada nos atinge. Nada!
Enquanto nos tivermos um ao outro,
Deste lado da barricada.
E quando nada mais restar,
Além de escombros entre fumo,
(Memorial do que ali se passou),
Quando aves de mau agouro pairarem no céu,
Verão que alguém se ergueu.
Verão que és tu e eu,
Juntos na Alvorada,
Saindo detrás da barricada,
Atravessando a estrada,
Lado a lado,
De mão dada.
Sem comentários:
Enviar um comentário