Aplicação Matemática

Na soma dos dias, subtrai-se o tempo.

(Contas nas contas de um ábaco, como contas de um rosário de desejos e preces)

Divide-se o tempo em fracções.

Multiplicam-se momentos, numa exponenciação da memória, onde se fundem infinitos luminosos azuis e frios cinzentos.

Quantificam-se momentos, mas não as sensações associadas a cada um deles. Únicas, irrepetíveis, intangíveis. Como um doce aroma numa manhã.

Equacionam-se proposições verdadeiras ou falsas.

Conjunções e Disjunções, que se comutam, associam e distribuem, ma-te-ma-ti-ca-men-te.

Joga-se com as probabilidades e vive-se na aleatoriedade, calculando e procurando antecipar resultados, esgotando dificuldades de análise até ao limite do qual nos aproximamos indefinidamente, numa redução ao absurdo e ao impossível.

Na soma dos dias, subtraem-se os que nos restam, aqueles que faltam e que desconhecemos.

(Não se quantifica o inquantificável.)

E nesta aritmética, está contido todo o rigor matemático da inevitabilidade.

E a inevitabilidade é a única certeza.

3 comentários:

  1. E a inevitabilidade é a única certeza? Não sei... Mas sou contra!!!!

    ;)

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  2. Bom, há outra certeza... a da incerteza!

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  3. Professora Primária do aluno proprietário da Sala do Fundo25 de janeiro de 2010 às 09:44

    Quem diria que acabarias por perceber alguma coisa de matemática?

    Sim, que quando era pra fazer contas de multiplicar tinha de ir buscar os pauzinhos....

    E nunca ia ao intervalo jogar à bola, que ficava de castigo com as orelhas de burro, virado pra parede...

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